NÃO AO PETRÓLEO NA FOZ DO AMAZONAS

NÃO AO PETRÓLEO NA FOZ DO AMAZONAS

Mauro Lopes, do Forum Café, entrevista a jornalista de Sumaúma, Claudia Antunes, e a pesquisadora titular do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Luciana Gatti,

sobre o pedido da Petrobrás e a recusa do Ibama para a exploração de petróleo na

Foz do Amazonas. Veja aqui a entrevista integral.

Luciana Gatti explica, que a área da plataforma oceânica chamada de “margem equatorial da foz do Amazonas”, que se estende do Rio Grande do Norte à foz do rio Oiapoque, no norte do Amapá, é ainda uma região pouco estudada e muito frágil. Essa faixa da plataforma chega a ter 200 km de largura próximo ao ponto onde o rio Amazonas deságua no oceano. 

Nos meses de chuva e portanto de mais abundância de água, são despejadas grandes quantidades de nutrientes na margem equatorial. Esses nutrientes alimentam plânctons e algas, e a fotossíntese, que absorve o gás carbônico da atmosfera, aumenta muito. Nesses meses, a margem equatorial absorve muito mais gás carbônico do que a própria floresta, prestando um enorme serviço  na contenção do aumento da temperatura terrestre. 

Seria ir contra os melhores interesses do país e do planeta, por em risco essa área, em função de mais exploração de combustíveis fósseis, quando deveríamos estar reduzindo a sua exploração e o seu uso, e nos movendo rapidamente para formas sustentáveis de produção de energia . 

O consenso científico nos diz que o planeta está no seu limite. Temos que tomar medidas radicais nos próximos 10 anos, se quisermos sobreviver como espécie neste planeta, que saqueamos e tratamos como lata de lixo. António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), assim se exprime: “Corporações multinacionais estão enchendo suas contas bancárias enquanto esvaziam nosso mundo de suas riquezas naturais. Os ecossistemas tornaram-se brinquedos de lucro. Com nosso apetite sem limites por crescimento econômico descontrolado e desigual, a humanidade se tornou uma arma de extinção em massa. Estamos tratando a natureza como uma privada. E, finalmente, estamos cometendo suicídio por procuração.” (em Luiz Marques, O Decênio Decisivo, Editora Elefante, 2023).

Ilustração: Bacias da margem equatorial do Brasil. (Infográfico: Rodolfo Almeida | SUMAÚMA)

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