Em cartaz no Sesc Pompeia até 10 de julho, a exposição é uma oportunidade para mergulhar na grande floresta e conhecer seus habitantes.
Como certa vez a escritora e jornalista Eliane Brum havia comentado, é preciso colocar o corpo nesta floresta para conseguir senti-la e entender a sua imprescindibilidade. Como para a maioria dos brasileiros é difícil conhecer de perto esta região do país, a exposição Amazônia,de Sebastião Salgado, é uma chance rara de vivenciar a imensa paisagem e a cultura de seus povos originários.
A mostra exibe o resultado de sete anos de experiências e expedições fotográficas na Amazônia brasileira. As fotografias – feitas por terra, água e ar – revelam a floresta, rios, montanhas e a vida em 12 comunidades indígenas, em uma Amazônia ainda desconhecida que não cessa de surpreender com a cultura e engenhosidade de seus povos, seus mistérios, sua força e sua incomparável beleza. Esse denso universo marcou o olhar do fotógrafo com imagens impressionantes, em sua grande maioria mostradas ao público pela primeira vez.
Idealizada e concebida por Lélia Wanick Salgado, a mostra imersiva, um mergulho no coração da Amazônia, é um convite para ver, ouvir e, ao mesmo tempo, refletir sobre o futuro da biodiversidade e a urgente necessidade de proteger os povos indígenas e preservar esse ecossistema imprescindível para o planeta. “Ao projetar ‘Amazônia’, quis criar um ambiente em que o visitante se sentisse dentro da floresta, se integrasse com sua exuberante vegetação e com o cotidiano das populações locais”, comenta Lélia.
Acompanhada de uma criação sonora, uma original composição do músico francês Jean-Michel Jarre a partir dos sons concretos da floresta, a exposição – já inaugurada na França (Museu da Música – Filarmônica de Paris), na Itália (MAXXI Museu, em Roma) e na Inglaterra (Museu da Ciência, em Londres) – também dá voz às comunidades ameríndias. Além das mais de 200 fotografias, são exibidos sete vídeos com testemunhos de lideranças indígenas sobre a importância da Amazônia e os problemas enfrentados hoje em sua sobrevivência na floresta. “Esta exposição tem o objetivo de alimentar o debate sobre o futuro da floresta amazônica. É algo que deve ser feito com a participação de todos no planeta, junto com as organizações indígenas”, defende Sebastião Salgado.
A exposição apresenta ainda dois espaços com projeções de fotografias. Uma delas mostra paisagens florestais musicadas pelo poema sinfônico “Erosão – Origem do Rio Amazonas”, do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959); a outra, revela retratos de índios, com uma composição especial de Rodolfo Stroeter.
Ao final da exposição, um espaço dedicado ao Instituto Terra apresenta o trabalho realizado por Lélia e Sebastião Salgado desde 1998, que abrange o reflorestamento de uma área de cerca de 600 hectares de Mata Atlântica em Aimorés (MG), além do cultivo de milhões de mudas de árvores em extinção e a capacitação de jovens ecologistas para um trabalho contínuo de proteção e conservação da biodiversidade da região.
Para conhecer povos presentes na exposição, pelas palavras de Sebastião Salgado, veja o outro post que publicamos aqui no Ecovirada.
Sebastião Salgado – Amazônia
De 15 de fevereiro a 10 de julho de 2022
Terça a sábado, 10h às 21h, domingo e feriado, das 10h às 18h
Área de Convivência
Gratuito. LivreSesc Pompeia – Rua Clélia, 93.