Ouvi agora que este setembro de 2022 foi o pior da história em destruição da Amazônia, com área destruída quase equivalente à da cidade de S. Paulo, de acordo com o INPE, o confiável Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Tem um conceito nuclear na ciência do meio ambiente, que é o ponto de não retorno. A floresta tende a se regenerar sozinha, desde que não se destrua para além de um certo grau, a partir do qual caminha para a desertificação. Este é o ponto de não retorno, ao qual tristemente a Amazônia está chegando.
E isso numa época de crise climática grave no planeta, que já causa desastres naturais importantes e poderá inviabilizar a vida humana na Terra num futuro não muito distante. A Amazônia saudável pode ajudar a controlar a crise climática mundial. O Brasil poderia ser um líder de bondade e pujança. Mas a cobiça de certos setores do agronegócio, da exploração da madeira e da mineração tem tido toda a liberdade para atuar. Os órgãos de fiscalização foram desmontados, com a iniciativa do governo, bem arranjado com os exploradores.
Isso já não seria motivo suficiente para a grande maioria do país não votar nunca mais em Bolsonaro?
Difícil compreender a autodestruição tão grosseira e tão triste.
Para quem se alinha à centro-direita, Simone Tebet, Fernando Henrique e o PSDB mais respeitável apoiam o candidato que pode derrotar Bolsonaro. Por que este ainda pode ganhar?
Será que ninguém (que vota em Bolsonaro ou tem dúvidas) ouve as notícias?
O mundo inteiro alerta e temeroso com esta eleição, como aconteceu com a que envolvia Trump nos Estados Unidos.
Aliás, a três dias do segundo turno, o jornal americano The New York Times publicou um editorial-vídeo posicionando-se em favor de Lula devido à gravidade da questão climática e humana.
(Se quiser ler um desenvolvimento do presente artigo, clique aqui. Escrevi-o num dia em que li denúncias sobre a compra bolsonarista de votos, e estava particularmente assustada.)
Rosie Mehoudar