Crisálida repercute um artigo publicado no site midiacoletiva.org sobre a resistência Sioux e dos ambientalistas contra o avanço das corporações do petróleo nos EUA.
É evidente o paralelo entre a luta dos Sioux e a das populações indígenas no Brasil contra a violência do Estado-Corporação brasileiro que invade ou permite invadir suas terras, massacrar sua gente, queimar e destruir suas florestas, causar erosão do solo, além de poluir suas águas e exterminar seus peixes.
Tal como o big oil nos Estados Unidso, no Brasil, fazendeiros, mineradoras, madeireiras e o meganegócio das grandes usinas hidrelétricas – esses monumentos à corrupção, nos quais se associam intimamente a alta tecno-burocracia do Estado e as grandes corporações (empreiteiras, produtoras de maquinário etc) – estão não apenas condenando à morte as populações da floresta, seu modo de vida e suas florestas, mas também emitindo quantidades imensas de metano (um gás de efeito estufa muito mais nocivo, molécula a molécula, que o dióxido de carbono), emissões estas, de resto, não inteiramente computadas no cálculo das emissões de GEE brasileiras, conforme demonstrou Philip Fearnside, do INPA, em numerosos trabalhos científicos.
Veja-se, por exemplo, Philip M. Fearnside, “Greenhouse Gas Emissions from a Hydroelectric Reservoir (Brazil’s Tucuruí Dam) and the Energy Policy Implications”. Water, Air, and Soil Pollution, Janeiro, 2002, 133, 1-4, pp. 69-96; Idem, “Why Hydropower is not clean energy”. Scitizen, 9/I/2007.
(Luiz Marques)
Os povos indígenas acreditam que um vazamento poderia ameaçar o abastecimento de água não só da reserva, mas de 18 milhões de pessoas na bacia do Rio Missouri
Membros da reserva Sioux – Standing Rock, centro-oeste dos Estados Unidos, realizam constantes protestos contra a construção de um oleoduto em Dakota do Norte, denunciando o risco de destruição dos cemitérios sagrados e locais culturais de grande significado ancestral. Ele também denunciam o impacto que essas instalações poderiam causar ao meio ambiente e as ameaças à vida nesta reserva indígena, que tem mobilizado autoridades tradicionais, insatisfeitas com o oleoduto que atravessa quatro estados em terra indigenas.
O gasoduto Dakota Access, de 3,78 bilhões de dólares, vai atravessar o rio Missouri, a apenas 800 metros acima do reserva Standing Rock em Dakota do Norte.
ETP é um dos maiores produtores de petróleo do mundo e Dakota Access é seu grande projeto. Um duto de aço de 30 polegadas instalado cerca de 1.900 metros abaixo de campos e rios, e dos depósitos de óleo de xisto Bakken até o fim do oleoduto em Illinois . De acordo com declarações da empresa, a linha terá a capacidade de mover cerca de 570.000 barris de petróleo por dia.
A resistência Sioux nestes territórios é parte da defesa ativa da terra e das águas, que exige o respeito pelos direitos indígenas e também o respeito pelo ambiente, gravemente afetado por este tipo de indústrias extrativas. A luta Sioux, nesse sentido, é emblemática.
Veja o vídeo de Telesur sobre os protestos indígenas em Dakota do Norte.
http://midiacoletiva.org/protesto-e-resistencia-sioux-contra-o-oleoduto-em-dakota-do-norte/