Lixo plástico: Malásia diz Basta!

Em 1o de Julho de 2025, informa o New York Times, a Malásia, país que mais recebe lixo plástico de nações ricas, finalmente disse basta. Só em 2024, o país acolheu 35 mil toneladas dos Estados Unidos. Depois que 100 containers de materiais nocivos, mandados de Los Angeles e etiquetados como “matéria prima”, foram descobertos, o ministro do Meio Ambiente declarou que o seu país não será a lata de lixo do mundo. A China, que por anos aceitou pelo menos metade do lixo plástico e de papel do mundo, já tinha tomado essa mesma decisão em 2018.

Apesar de a produção de lixo e de lixo plástico da humanidade ser imensa, ainda não foi encontrado o modo para se livrar dos detritos sem destruir o meio ambiente (veja: Reciclagem: era tudo mentira? e A Grande mancha de lixo do Pacifico}. Os Estados Unidos reciclam menos de 10% do lixo plástico, o resto termina em lixōes, ou é queimado ou é enviado para outros países. Ou ainda termina em rios, oceanos, no estômago de peixes e aves aquáticas, e até no sangue e cérebro humanos, como microplásticos. Pesquisadores afirmam que pelo menos o equivalente a um caminhão inteiro de lixo plástico é despejado nos oceanos a cada minuto! Cidadãos conscientes não imaginam que parte do que cuidadosamente selecionam para reciclagem acaba no lixo comum. O desafio é imenso. O mundo produz quase meio bilhão de toneladas de plástico a cada ano. Para que possa ser reciclado, o plástico precisa ser separado por tipo e por contaminação (de comida, por exemplo) – sendo 2% de contaminação o máximo aceito para reciclagem. 

A situação é delicada: associações da Malásia esperam que o governo permita ao menos a importação de plásticos limpos, com o argumento de que só assim algumas marcas como Nestlé, Coca-Cola e Pepsi podem atingir o compromisso de usar mais material reciclado em seus produtos. A recusa da importação pela Malásia pode desviar para outros países, menos capazes de reciclagem, o lixo dos países ricos.

Para começar a solucionar o problema, o mais urgente é limitar a produção de plástico, principalmente daquele plástico destinado a ser usado uma só vez. Tímidas tentativas começam a ser feitas nos Estados Unidos e no resto do mundo. Mas é pouco e é tarde, e enquanto isso a mancha de plástico do oceano Pacifico, que já é grande como três vezes a França, continua a crescer…   E animais, humanos e o ambiente estão cada vez mais contaminados… E enquanto guerras devastam populações e territórios, Trump proíbe canudinhos de papel

Foto de abertura – lixo plástico, Pixabay

Maristela Jardim Gaudio – julho de 2025

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