E se a humanidade tratasse a mudança climática como uma emergência real?

Jason Hickel faz a pergunta e oferece uma resposta radical. O remédio é amargo, mas é o único possível e envolve transformações profundas na economia, na organização da sociedade e na política. O acordo de Paris, de 2015, concluiu que um aumento na média da temperatura global de 1,5°C é o máximo para que a nossa civilização se mantenha. Mas o que foi acordado na COP26 é insuficiente e está rapidamente nos conduzindo para 2,7°C nas próximas décadas, e isso significa catástrofe. De 30 a 50% das espécies serão dizimadas, as colheitas básicas terão um grande declínio, mais de 1,5 bilhão de pessoas deverão se deslocar das zonas tropicais tornadas inabitáveis e das zonas costeiras, engolidas pela elevação do nível do mar. Dito simplesmente, os nossos governos estão nos levando à morte. 

“Esta década é o fio condutor da história. Não podemos nos dar ao luxo de ficar de braços cruzados e esperar para ver o que acontece”, nos diz Jason Hickel. As soluções que ele propõe são duras, duríssimas, mas inevitáveis, e prometem um mundo onde o cinismo e o medo se transformariam em esperança e solidariedade. “Sentiríamos a emoção e a camaradagem de fazer parte de algo grande, algo transformador […]  Nossa sociedade seria mais igualitária e a pobreza, coisa do passado. A economia seria organizada em torno das reais necessidades humanas […], e não em torno de um acúmulo infinito de capital”, e a atmosfera e os ecossistemas seriam regenerados.

Jason Hickel elabora a sua solução em quatro pontos. Leia o texto integral no (Artigo publicado originalmente na revista Current Affairs em 15 de novembro de 2021.)

Jason Hickel é antropólogo-economista e autor de The Divide: a Brief Guide to Global Inequality and its Solutions (2017) e Less is more: How Degrowth will Save the World (2020). Hickel escreve regularmente para o jornal britânico The Guardian e para a revista Foreign Policy sobre desigualdade global e ecologia política.

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