Alemanha: o fenômeno da superprodução energética

Pensando em uma maneira de unir o poder da natureza à necessidade humana, países como a Alemanha têm investido cada vez mais em fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica.

Para isso, o país alemão criou um mercado de compra e venda de energia. Tornando-se uma mercadoria, é possível inseri-la na lei da oferta e da procura (quanto mais energia se produz, mais barato o consumidor paga por ela).

Contextualizados da atual situação, vamos ao “milagre” alemão…

CONSUMIDORES PAGOS PARA UTILIZAR EXCESSO DE ENERGIA

O sol brilhava tão resplandecente e ventava tão bem no dia 8 de maio de 2016, que as máquinas geradoras de energia solar e eólica viveram um boom em sua produção.

O resultado disso foram algumas horas de preço negativo do megawatt/hora (-130 euros!), que automaticamente, fez com que os cidadãos fossem pagos pelo seu próprio consumo de energia.

Tal situação foi possível pois simplesmente não compensava parar as máquinas a fim de estacionar a produção.

Eram 13h quando as instalações estavam fornecendo cerca de 55 gigawatts de um consumo total de 63 (cerca de 87% do consumo total). Com as centrais elétricas convencionais do país funcionando normalmente, a produção excedeu o consumo nacional em poucas horas.

A melhor alternativa, enfim, foi obrigar os produtores a venderem energia a preços negativos.

Um feito semelhante ocorreu na Dinamarca no ano passado, quando o vento impulsionou as turbinas a gerarem, sozinhas, 140% da demanda de eletricidade do país. O excesso de energia foi exportado para a Alemanha, Noruega e Suécia.

REVOLUÇÃO ENERGÉTICA

De acordo com um relatório das Nações Unidas, a Alemanha pretende ser um dos pioneiros em energia renovável, comprometendo-se – ambiciosamente – a ser integralmente alimentada por fontes de energia renováveis até 2050.

Isso significa que o país pretende dar adeus às fontes convencionais de energia, incluindo as usinas nucleares. Uma revolução energética está prestes a acontecer!

De acordo com a Agência Internacional de Energia, mais de um quarto da população mundial será alimentada por energias renováveis até 2020.

A Alemanha assume o papel de pioneira nessa empreitada, seguida pela Suécia, Marrocos; e Estados Unidos, Canadá e China – que concordaram em cooperar para acabar com a dependência de combustíveis fósseis, como o petróleo.

PEDRAS NO CAMINHO

Apesar de muito vantajoso, esse caminho não é tão simples como parece.

Existe uma longa jornada até o equilíbrio dessa questão, pois é simplesmente inviável – até o momento – descartar as centrais nucleares como fonte de energia, já que elas têm uma emissão quase nula de carbono no meio ambiente.

Por outro lado, parece-me que os alemães estão trilhando uma nova esperança: a luz no fim do túnel que pretende iluminar o mundo inteiro de maneira sustentável.

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